Author(s): Claas Wegner, Marcel Hammann, Carolin Zehne
Integra princípios-chave da biologia, química e engenharia com um conjunto de experiências baseadas na bioluminescência
Introdução e visão geral
Esta unidade didática utiliza a bioluminescência dos pirilampos para demonstrar conceitos relacionados com reações químicas e enzimáticas. A unidade didática é composta por duas partes:
- Introdução aos fundamentos biológicos e químicos da bioluminescência.
- Experiências demonstrando reações de luminescência baseadas em enzimas e iões e a sua dependência com a temperatura.
Também é providenciada uma atividade adicional onde se exploram os aspetos biónicos do tema através da comparação entre pirilampos e díodos emissores de luz (LEDs).
Estas atividades destinam-se a alunos com pelo menos 16 anos, que devem estar familiarizamos com as propriedades básicas de uma célula, o procedimento para realizar experiências, a anotação de observações, e os processos e propriedades das recções químicas. O trabalho também pode ser utilizado para ensino interdisciplinar, por exemplo, para estudar como a Física lida com as propriedades da luz. Depois de completarem a atividade os alunos devem ser capazes de:
- Descrever as propriedades estruturais de um fotóforo de Lampyridae
- Relacionar essas propriedades com os processos de geração de luz que acontecem no fotóforo
- Explicar os processos químicos que envolvem a luminescência
- Comparar os processos e as propriedades de bioluminescência e quimioluminescência
- Explicar o papel das enzimas nas reações catalisadas por enzimas
- Formular hipóteses e testá-las nas experiências
Uma visão geral do conhecimento teórico fundamental necessário para entender as tarefes e experiências e ajudar a esclarecer possíveis dúvidas é fornecida do PDF em anexo.
Unidade didática
A unidade didática sobre pirilampos e LEDs é composta por duas partes e deve ocupar duas ou três aulas. Na primeira parte os alunos descobrem as bases biológicas e químicas do tema. Na segunda parte, eles realizam experiências onde exploram a catálise de uma reação, enzimas dependentes da temperatura e reações de luminescência baseadas em iões. Com base nos resultados, os alunos propõem explicações e discutem-nas em grupo.
O tempo dedicado pelos alunos a trabalho autónomo nas fichas 1–3 não deve ser superior a metade da primeira aula, para garantir que há tempo suficiente para propor hipótese para a segunda atividade, que acontecerá nas aulas seguinte.
Na segunda e na terceira lição, os alunos realizam experiências em grupo. Fichas 4–6 fornecem a informação e os procedimentos relevantes para as duas experiências, juntamente com questões para ajudas os alunos a interpretar os resultados. Depois de cada experiência, os resultados são recolhidos e discutidos na aula e comparados com as hipóteses propostas na primeira parte. Desta forma as hipóteses são comparadas com a evidencia empírica.
Atividade 1
Nesta primeira aula, o tema é apresentado aos alunos. A primeira atividade é baseada na teoria. Fichas 1–3 apresentam factos sobre Lampyridae e os alunos são encorajados a pensar sobre como funciona bioluminescência.
- A planificação da atividade é apresentada aos alunos e pode ser mostrado um vídeo[1] para introduzir e despertar interesse no tópico.
- Os alunos são divididos em grupos (equipas de investigação) para trabalhas nas Fichas 1–3, que apresentam três espécies de Lampyridae (Lampyris noctiluca, Lamprohiza splendidula, and Phosphaenus hemipterus, Ficha 1), o fotóforo e as suas propriedades estruturais (Ficha 2), assim como as reações de bioluminescência (Ficha 3).
- Depois disso, os alunos devem considerar as seguintes questões:
- Será que a bioluminescência funciona num tubo de ensaio?
- Qual seria o efeito de elevar a temperatura da reação acima dos 50°C?
- Seriam esperados resultados diferentes em quimioluminescência não-enzimática?
- Os alunos devem propor hipóteses com bases nestas questões, que serão testadas nas experiências seguintes. Os alunos devem recolher as hipóteses de toda a turma.
Atividade 2
Esta atividade é realizada utilizando amostras secas deVargula hilgendorfii samples.[2] Estas contêm as substâncias luciferase e luciferina, que podem reagir e produzir luz quando a amostra é pulverizada e reidratada. Os alunos devem seguir o procedimento indicado na Ficha 4 para realizar e interpretar a experiência. Deve ser dado aos alunos uma aula inteira para completarem a atividade.
Materiais
- Ficha 4
- Pipeta
- Dois tubos de ensaio
- Pincel
- Chaleira
- Pilão e almofariz
- 30Vargula hilgendorfii secas
Importante: todo o material deve estar completamente seco! Os materiais necessários não são perigosos, segundo o GHS/CLP.
Procedimento
- Moa dois conjuntos de 15 Vargula hilgendorfii utilizando o almofariz. O pó obtido deve ser colocado nos tubos de ensaio secos, utilizando o pincel.
Equipamento para a atividade 2
Imagem cedida por Marcel Hammann
- Quando todas as equipas tiverem preparado os materiais, o professor deve fechar as cortinas. Na sala escurecida, 2 ml de água fria (20°C) são pipetados para um dos tubos e 2 ml de água quente (80°C) são pipetados para o outro.
Etapa final: desencadeando a reação de luminescência
Imagem cedida por Marcel Hammann
Atividade 3
Na terceira aula, esta atividade ajuda os alunos a desenvolver um conhecimento mais aprofundado dos processos químicos envolvidos na quimioluminescência. Nesta experiência os alunos trabalham com luminol e utilizam a Ficha 5.
Materials
- Fichas 5 e 6
- Espátula para pós
- Pipeta (3 ml)
- Dois fios de cobre
- Termómetro
- Dois tubos de ensaio
- Chaleira
- Espátula micro colher
- Suporte para tubos de ensaio
- Copo (150 ml)
Procedimento
- Dois tubos de ensaio são cheios (até um terço da capacidade) com água destilada.
Cloreto de amónio (0.2 g) e carbonato de sódio (0.2 g) são adicionados a cada um dos tubos utilizando a ponta da espátula para pós. Luminol (0.02 g) é adicionado com a ajuda da espátula micro colher. Ambas as soluções são bem misturadas agitando suavemente.
Espátula para pós (esquerda) e espátula micro colher (direita)
Imagem cedida por Marcel Hammann
Equipamento para a atividade 3
Imagem cedida por Marcel Hammann
- Água é aquecida na chaleira e colocada no copo, de forma a ter um banho-maria. Um termómetro é adicionado a um do tubo de ensaio e a solução é aquecida até 60–70°C no banho-maria. Se necessário, a água do copo pode ser substituída por água da chaleira.
Aquecimento do segundo tubo de ensaio
Imagem cedida por Marcel Hammann
- Depois de um dos tubos ter sido aquecido, 3 ml de peróxido de hidrogênio (3%) são pipetados para ambos os tubos de ensaio. O fio de cobre é então mantido na solução de cada tubo de ensaio numa sala escura. A luminosidade das duas soluções é comparada.
Etapa final: desencadeando a reação de luminescência
Imagem cedida por Marcel Hammann
- Depois de os alunos terem completado a experiencia, a Ficha 6 deve ser distribuida durante os ultimos 20 minutos da aula. Os alunos devem comparar os resultados obtidos e verificar as diferenças entre bio- e quimioluminescencia.
Atividade 4: Atividade adicional
Numa atividade adicional, são utilizados LEDs e os aspetos bonicos do tema podem ser explorados, assim pomo a sua relevância no mundo real. A Ficha 7 orienta os alunos na atividade adicional. Depois da atividade os alunos devem ser capazes de:
- Comparar e evidenciar as diferenças entre as propriedades estruturais dos fotóforos e dos LEDs
- Inferir aplicações biônicas baseadas nas propriedades estruturais
Na primeira metade desta aula, é fornecida alguma informação fundamental como o funcionamento de LEDs e as semelhanças entre a luminescência dos pirilampos e os LEDs. Os alunos devem refletir sobre como a eficiência luminosa de um LED pode ser aumentada e em seguida, na segunda metade da aula, explorar o efeito causado pela colocação de uma lente em frente a uma lanterna LED.
Materiais
- Ficha 7
- Lanterna LED
- Lente
- Duas folhas de papel
- Régua dobrável
- Caneta
Procedimento
1. Uma lanterna LED é apontada a uma folha de papel (a 30 cm de distância) numa sala escurecida. A área iluminada é assinalada com a caneta.
- A lente é colocada em frente à lanterna e a área iluminada é novamente assinalada no papel.
A lanterna sem lente é apontada a uma parede (a 3 m de distância).
Equipamento para a atividade 4
Imagem cedida por Marcel Hammann
Os alunos devem anotar e discutir as suas observações sobre como a lente altera a luz da lanterna. Os alunos devem comparar as propriedades estruturais de uma lanterna LED e de um fotóforo, recorrendo ao desenho esquemático, depois a turma deve discutir os resultados.
References
[1] Por exemplo: um vídeo mostrando o ciclo de vida dos pirilampos britânicos: https://vimeo.com/31952006.
[2] Essas amostras podem ser adquiridas em lojas virtuais, por exemplo, https://www.carolina.com/ or https://www.der-hedinger.de/.
Resources
Author(s)
Prof. Dr Claas Wegner é professor de ensino da biologia na Universidade de Bielefeld e professor de psicologia na University of Applied Sciences for Small and Medium-Sized Enterprises Fachhochschule des Mittelstands – FHM), também é fundador e líder do Osthushenrich-Center for research into intellectual giftedness (Osthushenrich-Zentrum für Hochbegabungsforschung – OZHB) no Departamento de Biologia da Universidade de Bielefeld.
Marcel Hammann (M.Ed.) é um antigo aluno do Departamento de Biologia da Universidade de Bielefeld e professor no ensino secundário.
Carolin Zehne (M.Ed.) é professora na Universidade de Bielefeld (ensinado inglês como língua estrangeira)
Review
A Bioluminescência tem fascinado as pessoas desde o inico da história da humanidade até aos nossos dias. Os autores dão aos professores e aos seus alunos a oportunidade de entender o processo subjacentes a esse fenómeno, utilizando interessantes matérias e atividades experimentais.
A novidade deste artigo é a combinação de bioluminescência, quimioluminescência e LED numa atividade.
Isso resulta num efeito de sinergia no que diz respeito ao entendimento dos conceitos comuns ou distintos que os tópicos apresentam.
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